FinOps e Eficiência de Cloud

Marcos de Benedicto (Bene)
4 min readJun 10, 2022

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A jornada para a nuvem tem sido a opção de inúmeras empresas, que vem descobrindo as vantagens da utilização de uma infraestrutura escalável, dados ilimitados e provisionamento dinâmico.

No entanto, muitas dessas corporações encontram dificuldades quando o assunto é gerir os custos de serviços em nuvem. Isso porque os conhecidos CAPEX e OPEX utilizados pelas empresas são fixos, diferente do modelo com valor variável oferecido pelos provedores de nuvem. Aí você pensa: “Caramba, isso pode bagunçar meu planejamento!”… É isso mesmo, bem vindo a disrupção e aos serviços OnDemand.

Deste angu nasceu o FinOps, que vem ajudar com a gestão de custos em ambientes escaláveis, e transferir a responsabilidade pelos custos do produto ao time de desenvolvimento. A IT passa a cuidar dos custos de serviços compartilhados como links, gateways, interconexão, chaves de segurança, VPN, autenticador e autorizador, etc…

Mas o que é FinOps?

FinOps é a abreviação de “Cloud Financial Management” que combina sistemas, boas práticas e cultura para tornar o consumo de nuvem mais eficiente. Permite classificar e distinguir custos de um produto, dando visibilidade completa sobre o investimento, seu retorno, seu histórico de crescimento, códigos, dados e todos os demais recursos necessários para uma boa análise de valor.

Em tempos de inovação e transformação digital, nunca foi tão importante identificar os gastos com nuvem, entender o comportamento do produto e planejar a redução de desperdício.

Mas como o FinOps funciona?

A prática reúne profissionais de Engenharia e Operação, POs e Negócios, Executivos, Financeiro e Compras com um novo conjunto de processos. De modo geral, a jornada do FinOps possui três fases iterativas: aprender com o consumo, reduzir desperdício e desenvolvimento contínuo.

Fluxo de I/O FinOps
  • Aprender com o consumo
    Esta é a primeira fase da jornada do FinOps. Ela é, de fato, essencial para capacitar as organizações e equipes em questões como classificação, visibilidade, alocação, benchmarking, orçamento e previsão. Considerando que a natureza da nuvem é elástica em termos de uso e preços, é necessário que as equipes coletem informações precisas para medir consumo vs. retorno do valor.
  • Reduzir o desperdício
    Depois que as organizações e equipes são capacitadas, elas precisam otimizar sua presença na nuvem. Assim, as equipes podem otimizar o ambiente dimensionando a plataforma e desativando recursos desnecessários.
  • Desenvolvimento contínuo
    A migração para a nuvem só terá sucesso caso a empresa consiga construir uma cultura de FinOps bem ampla. Logo, essa cultura deve envolver um centro de custos em nuvem (CCoE), agregar equipes comerciais, financeiras e operacionais que também definam a governança apropriada.
Modelo de Funções CCoE

Por que é importante calcular os custos variáveis dos serviços em nuvem?

De acordo com uma pesquisa feita pela 451 Research, 80% dos 300 líderes financeiros e de TI entrevistados reconhecem que a má gestão financeira na nuvem trouxe prejuízos para os negócios. Além disso, mais 57% dos entrevistados se dizem preocupados com o gerenciamento de custos da nuvem.

Então, é possível perceber que a gestão de custos ainda é muito falha dentro das empresas.

Abaixo um modelo de Governança Financeira utilizando FinOps, veja que existe independência no controle financeiro e um report dos resultados ao Board. A decisão sobre continuidade do produto é tomada a cada Quarter, descontinuando o produto ou transformando em outra iniciativa sem prejuizo aos demais ciclos de desenvolvimento.

Tagging

Em resumo, o FinOps é a forma mais eficiente para as equipes gerenciarem seus custos na nuvem. No entanto, ela é também uma prática cultural, que atinge deste a camada as camadas de desenvolvimento e engenharia, passando pelos times financeiros até a diretoria. Muda o formato tradicional de planejamento dos conhecidos CAPEX e OPEX.

Pilares do FinOps:

1. Eficiência operacional da nuvem: muitas organizações lutam para otimizar os processos ao trabalhar na nuvem devido a sua flexibilidade e escalabilidade. O FinOps aumenta a eficiência operacional, garantindo que sua organização evite desperdício com mal uso de recursos.

2. Economia de longo prazo: mudar para a nuvem tem o potencial de tornar seus investimentos em TI mais econômicos. As práticas de FinOps ajudam a tornar as aplicação mais enxutas, consumindo exatamente o que é necessario e aumentando o retorno de valor num tempo menor.

3. Maior visibilidade: se você não tiver visibilidade sobre seu estado de nuvem e a capacidade de detectar anomalias de gastos, será difícil determinar as fontes de desperdício. É importante manter a Telemetria dos recursos e classificação correta dos recursos dentro dos projetos.

4. Risco de negócios reduzido: se sua organização não puder prever seus gastos futuros com a nuvem, você corre o risco de exceder os orçamentos e prejudicar as iniciativas de modernização. O FinOps pode fornecer um Forecast e uma previsibilidade maior analisando o comportamento de consumo por projeto em períodos sazonais.

5. Cultura de responsabilidade: pode ser difícil envolver todos os departamentos, especialmente engenheiros, para implementar as práticas do FinOps. Estabelecer uma equipe FinOps com suporte executivo, KPIs alinhados e práticas de gerenciamento de mudanças ajudará a capacitar e incentivar os grupos para planejar e executar diferentes ações, criando uma cultura de responsabilidade.

Fontes: https://www.processor.com.br/o-que-e-finops-e-como-a-tecnologia-proporciona-reducao-de-custos

https://4matt.com.br/finops/

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